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Objeto interestelar pode estar cruzando o sistema solar, diz ESA

A Agência Espacial Europeia (ESA) oficializou na última quarta-feira (2) a detecção de um objeto que pode ter origem interestelar, batizado provisoriamente como A11pl3Z (ou 3I/ATLAS), que está atravessando o sistema solar em trajetória hiperbólica — o terceiro já identificado após ʻOumuamua, em 2017, e o cometa 2I/Borisov, em 2019.

Descoberto em 1º de julho pelo sistema ATLAS, o objeto foi observado primeiro a cerca de 4,5 UA do Sol — entre as órbitas de Júpiter e Marte — e vem acelerando em direção ao Sol, com velocidade estimada em até 60 km/s (215 mil km/h), típica de corpos não vinculados gravitacionalmente ao Sol. “Sua trajetória indica que não está em órbita ao redor do Sol, mas que vem do espaço interestelar e retornará para lá”, explicou Richard Moissl, chefe do programa de defesa planetária da ESA.

O objeto passará próximo à órbita de Marte no fim de outubro, alcançando seu periélio — distância mínima ao Sol — a aproximadamente 1,35 UA, o que corresponde à órbita marciana, e depois segue novamente em direção ao espaço interestelar. Ainda não foi possível determinar se se trata de um cometa ou asteroide, nem seu formato, mas estimativas indicam um tamanho entre 10 e 20 km de diâmetro (até cerca de 12 milhas), número significativamente maior do que os objetos interestelares anteriores.

Com mais de cem observações registradas, incluindo imagens anteriores capturadas desde 14 de junho, os astrônomos ainda analisam sua composição e trajetória com precisão  . A designação oficial como objeto interestelar dependente de confirmação pelo Minor Planet Center da União Astronômica Internacional, processo que está em andamento.

Esta descoberta reacende o interesse da comunidade científica por objetos interestelares, já que estudos mostram que tais viajantes carregam indícios valiosos da química e condições físicas de outros sistemas estelares. O astrofísico Josep Trigo-Rodriguez, do Instituto de Ciências Espaciais da Espanha, comentou que a trajetória “extraordinariamente rápida e incomum” apontam claramente para um tipo interestelar e observações subsequentes poderão esclarecer se há sinais de atividade cometária ou plasma ao redor do objeto.

Astrônomos como Marshall Eubanks indicam que o novo objeto pode ter origem no “disco galáctico fino”, Isso significa que A11pl3Z compartilha características de trajetória e composição semelhantes às dos sistemas estelares vizinhos.

Se confirmado, A11pl3Z (3I/ATLAS) se tornará o terceiro objeto interestelar já detectado, prometendo registros preciosos sobre tudo, desde sua composição química até variações em sua emissão de gás e poeira, caso cometa. A expectativa é que telescópios avançados, como o Rubin Observatory, Webb e redes de telescópios terrestres, possam monitorá-lo em etapas futuras, quando seu brilho aumentar ao se aproximar do Sol.

Descobertas como essa reforçam a importância de vigilância contínua no espaço para objetos curiosos que cruzam nosso sistema — e demonstra que o espaço ao redor está mais dinâmico e imprevisível do que se supõe. Cada passageiro interestelar carrega em si vestígios dos seus sistemas de origem e a capacidade de oferecer chunkos inéditos de conhecimento sobre a formação e evolução de mundos além do nosso.

Gabriel Rodrigues

Entusiasta de Astronomia e Astrofísica, criador e escritor do blog

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