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Nasa realiza missão histórica de desvio de asteroide com participação de brasileiro

A Nasa concretizou um marco inédito na defesa planetária com sua missão DART (Double Asteroid Redirection Test), atingindo com sucesso o asteroide Dimorphos – satélite do asteroide Didymos – em 26 de setembro de 2022, a cerca de 11 milhões de km da Terra. A colisão cinética provocou uma redução da órbita de 32 minutos – muito superior à meta mínima de 73 segundos – demonstrando que é possível alterar trajetórias de asteroides com precisão.

Agora, dando sequência aos esforços da DART, a missão europeia Hera, da ESA, tem ganhado destaque. Programada para 2024, a Hera levará instrumentos e dois CubeSats para analisar em detalhes a cratera e coletar imagens do sistema Didymos, permitindo aferir a massa de Dimorphos e validar dados do impacto.

Entre a equipe de cientistas que acompanham essa fase da missão, está o brasileiro Gustavo Oliveira Madeira, físico com doutorado pela Unesp e atualmente pesquisador adjunto do Observatório Nacional. Madeira integra o time da Hera, contribuindo com estudos sobre formação e dinâmica dos asteroides, e reforça o simbolismo da participação nacional neste empreendimento interdisciplinar. “É importante colocar luz no fato de que existem brasileiros fazendo parte dessas grandes colaborações científicas e fazendo história na astronomia”, destacou ele.

A missão DART foi inteiramente autônoma: a espaçonave, lançada em novembro de 2021, usou seu sistema SMART Nav para mirar e colidir com Dimorphos a cerca de 22.500 km/h, sob controle automático nos minutos finais. A cratera resultante e os escombros expelidos criaram um impulso adicional, potencializando o desvio.

As medidas da alteração orbital continuam sendo refinadas via telescópios terrestres, enquanto a Nasa analisa os dados iniciais divulgados em março de 2023 e que detalham a física do impacto e dispersão de detritos. A contribuição da Hera será essencial para medir com precisão o tamanho do cratera, a massa dispersa e a eficiência real da técnica.

A participação de Madeira e demais pesquisadores brasileiros na Hera marca uma ascensão da comunidade nacional na área de defesa planetária. Com vasta experiência na análise de dados da DART e no metabolismo gravitacional dos asteroides, o cientista acrescenta solidez à cooperarão técnico-científica entre Brasil e ESA/ESA.

A continuidade dos estudos em Hera e as análises aprimoradas da Nasa consolidam os asteroides como laboratórios naturais para modelar defesas globais. O êxito da DART e o envolvimento do Brasil sinalizam o início de uma nova era: a do aprendizado tecnológico conjunto para evitar uma ameaça cósmica, com consequências reais para a segurança da Terra — e com cientistas brasileiros ocupando lugar de destaque na equipe de ponta.

Gabriel Rodrigues

Entusiasta de Astronomia e Astrofísica, criador e escritor do blog

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