Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
post

Missão Artemis II está prestes a quebrar recorde de velocidade humana.

A missão Artemis II, programa tripulado da NASA com lançamento previsto para abril de 2026, se prepara para alcançar um marco histórico: ultrapassar o recorde de velocidade atingida por seres humanos, atualmente em 39.937,7 km/h, registrado pelo módulo de comando da Apollo 10 em maio de 1969. Se confirmado, esse avanço não apenas celebra o pioneirismo no voo humano profundo, mas também enfatiza o renascimento da exploração lunar após meio século.

A bordo da espaçonave Orion, acoplada ao foguete SLS (Space Launch System) no Complexo 39B, a Artemis II levará quatro astronautas — os norte-americanos Reid Wiseman, Victor Glover e Christina Koch, e o canadense Jeremy Hansen — para uma viagem de cerca de 10 dias que incluirá duas órbitas terrestres para ganhar impulso antes de rumar à Lua.

Durante as manobras, a Orion ingressará em uma órbita elíptica com apogeu próximo a 110 mil km da Terra. Nesse momento, é quando a nave atingirá o seu pico de velocidade, superando a marca de 39.937 km/h ao cruzar o ponto mais distante da órbita em direção à trans-lunar injection — o famoso “impulso rumo à Lua”.

O recorde atual foi alcançado pelo módulo de comando da Apollo 10, que atingiu essa marca máxima de quase 40.000 km/h ao reentrar na atmosfera após orbitar a Lua. A Apollo 10 foi a missão que testou todos os procedimentos de uma aterrissagem lunar sem efetivamente pousar, abrindo caminho para os alunissagens da Apollo 11 e seguintes.

Para que essa nova marca seja registrada, a NASA e seus parceiros — que incluem a Agência Espacial Canadense (CSA), responsável pela presença de Jeremy Hansen — se apoiam em sistemas de medição de velocidade altamente precisos, integrados às redes Deep Space Network e Near Space Network, bem como aos sistemas de navegação óptica da Orion.

Além do recorde de velocidade, a Artemis II tem objetivos críticos para a exploração humana profunda. A missão deverá validar o funcionamento da espaçonave com tripulantes em um ambiente de voo translunar, testar os sistemas de suporte à vida, comunicações, motores e procedimentos de emergência, fundamentais para futuras missões com pouso lunar, como a Artemis III.

Responsável pela trajetória e pela coordenação da tripulação, o comandante Reid Wiseman afirmou que a Artemis II representa “o próximo grande salto na exploração humana do espaço profundo” — e superar o recorde de velocidade é apenas um dos vários testes de capacidade da missão. A trans-lunar injection, em particular, servirá também para demonstrar a precisão e o controle do sistema propulsion da Orion.

Do ponto de vista científico e simbólico, o novo recorde reforçará a capacidade da humanidade de retomar jornadas além da baixa órbita terrestre. Ocorrerão simulações de aproximação, testes de resistência a radiação e operações críticas sem suporte constante da Terra. O modelo de navegação híbrida já pavimentado pelas missões anteriores permitirá ajustes finos da trajetória e uso natural da gravidade lunar para retorno seguro.

Ao fim da missão — após cerca de 620.000 milhas (1 milhão km) percorridas — a Orion reentrará na atmosfera terrestre a quase Mach 33, desacelerando com a ajuda de paraquedas até o pouso no Oceano Pacífico.

Não se trata apenas de um recorde de velocidade: é um ensaio geral para o retorno humano à Lua e um passo preparatório para missões tripuladas a Marte. Superar os recordes estabelecidos nas décadas passadas simboliza também a renovada ambição da NASA — e de seus parceiros — de retomar o protagonismo na exploração espacial.

Gabriel Rodrigues

Entusiasta de Astronomia e Astrofísica, criador e escritor do blog

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Posts Relacionados