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Estranho pulsar PSR J0922+0638 intriga cientistas há mais de 20 anos com rotações anômalas

Astrônomos completaram um estudo abrangente sobre o pulsar PSR J0922+0638, uma estrela de nêutrons que vem apresentando um comportamento de rotação incomum e inexplicável por mais de duas décadas. Com período rotacional regular de cerca de 0,43 segundos, esse pulsar tem sido monitorado por mais de 22 anos por radiotelescópios na China e na África do Sul, revelando padrões enigmáticos que desafiam os modelos atuais de física estelar.

Ao longo desse período, mais de doze “glitches” — falhas abruptas onde a velocidade de rotação do pulsar acelera subitamente — foram registradas. Além disso, os astrônomos notaram oscilações regulares na rotação, com ciclos de aceleração e desaceleração durando entre 500 e 600 dias, apontando para uma dinâmica interna incomum.

Esse comportamento regular e recorrente sugere que esses fenômenos podem estar relacionados: autoridades no estudo do tema consideram que pode haver um ciclo magnético interno, semelhante ao do Sol, ou a presença de superfluido paranormal no núcleo do pulsar, capaz de interagir com a crosta rígida do objeto e provocar esses saltos rotacionais.

Os pulsares são estrelas de nêutrons em rotação rápida e extremamente precisas, emitindo pulsos eletromagnéticos com grande regularidade. Contudo, essas falhas — por menores que sejam em escala temporal — representam liberação súbita de energia e sinalizam processos complexos ocorrendo no interior do objeto, além da compressão extrema que mantém sua matéria quase ao ponto de colapso.

O estudo baseia-se na análise de dados longitudinais acumulados, o que permitiu aos pesquisadores identificar que os glitches ocorrem com frequência bem definida — a cada cerca de 550 dias — e que as variações lentas na rotação indicam uma estrutura interna mais dinâmica do que se supunha anteriormente.

Embora pesquisadores ainda não tenham consenso sobre a origem exata dessas anomalias, as hipóteses mais promissoras incluem:
•Ciclos magnéticos internos, semelhantes aos do Sol, capazes de alterar a rotação;
•Presença de superfluido de nêutrons no núcleo, com vortices quantizados que se deslocam e transferem momento angular para a crosta externa.

Para desvendar completamente o enigma, são necessárias observações longas e contínuas, com maior sensibilidade na detecção de eventuais variações magnéticas e rotacionais. Novas campanhas de monitoramento devem incluir instrumentação moderna e colaboração entre observatórios globais.

Essa pesquisa destaca o quanto ainda sabemos pouco sobre a física interna das estrelas de nêutrons, e como mesmo um objeto bem estudado pode continuar surpreendendo. A melhor explicação pode requerer revisões em nossos modelos da matéria densa e cribrosa no interior desses corpos extremos — um passo importante para compreender a natureza fundamental da gravidade e da matéria em condições extremas.

Gabriel Rodrigues

Entusiasta de Astronomia e Astrofísica, criador e escritor do blog

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