No dia 2 de agosto de 2027, o mundo viverá um dos espetáculos cósmicos mais impressionantes deste século: um eclipse solar total cuja fase principal — a totalidade — podrá durar até 6 minutos e 23 segundos, sendo a maior visível em terra firme nos próximos séculos.
A trajetória dessa sombra lunar percorrerá três continentes, cruzando 11 países: Espanha, Marrocos, Argélia, Tunísia, Líbia, Egito, Sudão, Arábia Saudita, Iêmen e Somália. Em áreas estratégicas, como próximo a Luxor, no Egito, o eclipse será mais prolongado e visível com excepcional clareza.
A razão para esse raro prolongamento é uma perfeita combinação de fatores orbitais: a Lua estará extraordinariamente próxima da Terra, enquanto nosso planeta estará distante do Sol, fazendo com que o disco lunar cubra totalmente o solar — e por mais tempo que o usual — além disso, a passagem da sombra ocorrerá sobre regiões com idioma e clima favoráveis à visibilidade, o que a torna ainda mais especial para astrônomos e público geral.
Na comparação com outros eclipses, este eclipse será o mais longo registrado em terra firme no século XXI — e o próximo eclipse com duração semelhante não ocorrerá até 2114.
Por que será tão longo?
O eclipse solar total de 2 de agosto de 2027 será o mais longo do século XXI devido a uma combinação rara de fatores astronômicos: a Lua estará próxima do perigeu — ponto de sua órbita em que fica mais próxima da Terra — o que aumenta seu diâmetro aparente no céu, enquanto o Sol estará próximo do afélio — ponto em que a Terra está mais distante dele —, reduzindo ligeiramente seu tamanho aparente. Essa coincidência fará com que a Lua cubra o Sol de forma mais ampla e por mais tempo, resultando em uma totalidade que poderá atingir impressionantes 6 minutos e 23 segundos, superando a média usual de 2 a 4 minutos. Além disso, o caminho da sombra atravessará regiões com excelente visibilidade, como partes do norte da África e Oriente Médio, maximizando o espetáculo. Eventos dessa magnitude são extremamente raros: o próximo eclipse comparável, com duração semelhante, só ocorrerá em 13 de junho de 2132, quando poderá atingir até 6 minutos e 55 segundos de totalidade. Eclipses solares totais, embora relativamente previsíveis, são eventos únicos para cada local, já que a mesma região pode esperar séculos até vivenciar novamente um fenômeno dessa intensidade, reforçando seu caráter histórico e a importância de observá-lo quando ocorre.
Impacto e observação
Estimativas sugerem que cerca de 89 milhões de pessoas estejam dentro da faixa de totalidade — a mais extensa desse tipo até então — fazendo deste um evento com elevado potencial turístico, científico e cultural. Será uma oportunidade única para estudar a corona solar, suas ejeções de massa coronal e campos magnéticos, além de enriquecer demandas de ecoturismo astronômico em locais históricos como Andaluzia, Granadas ou monumentos milenares no Egito.
Preparação e segurança
Para aproveitar ao máximo o eclipse total de 2 de agosto de 2027, cuja duração recorde o torna um espetáculo único no século, é fundamental planejar com antecedência. Escolher um ponto de observação dentro da faixa de totalidade é prioridade, já que fora dela o fenômeno será apenas parcial. Regiões como o Egito, especialmente nas proximidades de Luxor, prometem céu limpo e excelente visibilidade. É essencial levar óculos de observação solar certificados (ISO 12312-2) para proteger os olhos durante as fases parciais, já que a observação direta do Sol sem proteção pode causar danos irreversíveis à visão. Equipamentos fotográficos devem estar ajustados previamente, com filtros solares adequados para lentes e telescópios, evitando improvisos durante o evento. Chegar ao local com antecedência, considerar condições climáticas e ter um plano alternativo em caso de nuvens aumentam as chances de sucesso. Por se tratar de um fenômeno que só voltará a ocorrer com duração semelhante em mais de um século, vale registrar não apenas imagens, mas também a experiência, absorvendo cada momento da transição do dia para a noite e do retorno da luz, algo que poucos na história humana testemunham mais de uma vez.