Astrônomos detectaram em janeiro de 2025 o asteroide 2024 YR4, com diâmetro estimado entre 40 e 90 metros, equivalente ao tamanho de um prédio de 15 andares, e inicialmente elevada probabilidade — até 3,1% — de colidir com a Terra em 22 de dezembro de 2032, o maior risco já registrado para um objeto desse porte.
O Congresso Global de Defesa Planetária, envolvendo NASA, ESA e redes de alerta como a IAWN, foi mobilizado rapidamente. Numerosos observatórios — incluindo ATLAS, novos registros do telescópio espacial James Webb e o VLT no Chile — realizaram observações intensas para refinar a trajetória do asteroide. Com os novos dados, a chance de impacto caiu substancialmente, passando de 3,1% para cerca de 0,28%, classificando o risco como baixo (nível 1 na escala de Torino).
Análises adicionais confirmaram que a Terra, embora inicialmente dentro da “janela de incerteza”, está agora fora dessa região crítica. O asteroide segue seu curso sem ameaçar nosso planeta nas próximas décadas.
Entretanto, um fato curioso permanece: ainda existe uma chance remota — atualmente em torno de 4% — de o asteroide colidir com a Lua em 2032, o que poderia gerar uma cratera de cerca de 1 km e um espetáculo visível da Terra, sob o alerta de pesquisadores.
A mobilização do comando de defesa planetária internacional intensificou debates sobre capacidade de resposta. Com poucos anos para a possível colisão, foi considerado enviar uma missão de desvio, como um impacto cinético semelhante à DART. Organizações como o Space Mission Planning Advisory Group da ONU já começaram a esboçar planos e avaliar opções, incluindo uso futuro de sistemas NEO Surveyor e Rubin Observatory para detecção prévia.
Além de ratificar a eficácia da rede global de monitoramento — com telescópios ópticos, infravermelhos e espaciais trabalhando em conjunto — , o alerta sobre o 2024 YR4 ressaltou que 93% dos asteroides de tamanho similar ainda não foram identificados, evidenciando a importância de expandir programas de defesa.
Embora o risco para a Terra tenha sido praticamente descartado, o episódio do 2024 YR4 representou um alerta real: um asteroide potencialmente destruidor se aproximou perigosamente da classificação crítica, disparando protocolos internacionais e reforçando a urgência de vigilância constante, desenvolvimento de tecnologia de desvio e protocolos globais de resposta.